ACIFF 175 de História
Instalada no edifício designado por “Casa do Paço”, a ACIFF foi legalmente constituída em 1835, sendo a terceira Associação Empresarial do país a ser criada, a seguir à de Lisboa e do Porto. O aparecimento precoce desta Associação deve-se ao facto da Figueira da Foz estar situada na zona Centro, ter boas condições naturais e um porto marítimo que funcionava como principal via de comunicação. Por isso, os melhoramentos do porto constituíram desde os primórdios da formação da Associação Comercial, um dos seus principais objectivos.
A Associação foi fundada por 23 sócios:
Joaquim da Silva Soares, José da Silva Soares, Manuel Fernandes Coelho Mascarenhas, Joaquim Avelino Tavares, Manuel José de Sousa, António José Pestana, José Manuel da Costa, Jorge Laidley, Edwardd Baker, Salomon Tazer, João Fernandes Thomas, B. W. Tozer, Luís António de Sousa, José de Sousa e Oliveira Sobrinho, Francisco António Machado, Domingos José Pinto Viana, António Sebastião de Araújo, José Marques Pereira, João Gonçalves Curado & Cª, Francisco José d’Oliveira Guimarães, Joaquim Malheiro de Melo, João Ignacio da Cruz e João da Silva Soares,
que assinaram um compromisso justificando a necessidade de uma Associação Comercial na vila da Figueira, considerada a «terceira Praça do Comércio da nação», a seguir a Lisboa e Porto, «para o fim de em commum, defender e promover os interesses do comércio deste porto, em geral e dos associados em particular» (…) Esta reunião referia a necessidade de estatutos a que todos os associados deviam estar sujeitos, e que seriam feitos e discutidos quando os associados chegassem ao número de vinte.
No entanto, apenas 17 sócios reuniram no dia 21 de Maio de 1835, para a nomeação do Presidente e Secretário para recolherem os votos para a formação da mesa interina, tendo sido eleitos por aclamação Joaquim da Silva Soares, para presidente e João Inácio da Cruz Forte para Secretário. Após terem tomado posse, procederam à eleição da Mesa da Direcção, acabando por ficar apurados os mesmos, Joaquim da Silva Soares para Presidente (com 16 votos) e João Inácio da Cruz Forte como Secretário.
O Regimento foi feito num curto espaço de tempo (em 5 dias), passados os quais, no dia 26 de Maio de 1835, se reuniu a Assembleia Geral para a sua discussão e aprovação. Foi então aprovado em assembleia composta por 15 sócios «tal qual se acha redigido» e foi «posto em seu inteiro vigor». Estava assim fundada a Associação Comercial da Figueira da Foz.
Até 1865, as comunicações com a Figueira faziam-se somente pela via fluvial e marítima, o aparecimento do caminho-de-ferro contribuiu para o desenvolvimento de uma nova fonte de riqueza na Figueira da Foz, o Turismo, o que levou a Associação a desenvolver esforços no sentido de haver uma melhoria destes serviços.
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 29/232 de 08 de Dezembro de 1938, e após deliberação em Assembleia Geral de 19 de Junho de 1939, a Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz foi transformada em Grémio de Comércio.
As alterações introduzidas na vida política do país pelo 25 de Abril de 1974, resultaram, na extinção corporativa, transformando o Grémio do Comércio do Concelho da Figueira da Foz em Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, nome com que se manteve até hoje.
A esta Associação foi-lhe reconhecido o estatuto de “utilidade pública”, por despacho de sua Excelência o Primeiro-ministro, conforme consta do Diário da República n.º 30, IIª Série, de 5 de Fevereiro de 1991.
Inicialmente, os interesses da Associação eram fundamentalmente comerciais, no entanto, ao longo do tempo, o seu âmbito de actuação foi aumentando, passando a integrar os sectores industriais, serviços, turismo, e mais recentemente o sector da construção civil e imobiliário.
Ao longo dos tempos, a intervenção e responsabilidade da ACIFF tem vindo a aumentar significativamente, através do crescente conjunto de serviços prestados – formação profissional, apoio aos empresários, apoio ao empreendedorismo, aconselhamento jurídico, segurança e saúde no trabalho, higiene e segurança alimentar, entre outros.
Paralelamente, encontra-se representada em diversas instituições a nível local e sub-regional (CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, CEC/CCIC – Conselho Empresarial do Centro, Figueira Paraindustria, Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Distrito de Coimbra, CENFORFF- Centro de Formação Profissional da Figueira da Foz, Lda, SODENFOR – Sociedade Difusora de Ensino da Figueira da Foz, Lda), assumindo responsabilidades que pressupõem uma política de continuidade estratégica que viabilize e reforce a iniciativa económica, assim como a prossecução dos interesses de desenvolvimento das empresas da área de intervenção da ACIFF.
Desde sempre a ACIFF assumiu um papel interventivo no fomento do empreendedorismo e da iniciativa empresarial que permitisse fortalecer e diversificar a estrutura económica da Região, daí a participação no Projecto da Incubadora de Empresas da Figueira da Foz, localizada no Parque Industrial.
Neste contexto foi assinado a 30 de Maio de 2003 o Protocolo de Intenções com o Município da Figueira da Foz, “tendo em vista a determinação e identificação das acções a que as partes se obrigam a cumprir por forma a dinamizar o apoio ao tecido empresarial e ao surgimento de novas empresas”
Da execução do referido Protocolo resultaram os seguintes factos:
• Alienação da Ala Central do Edifício da Casa do Paço à Figueira Paranova, S.A.
• Aquisição da Ala Poente do edifício da Casa do Paço
• Aquisição do lote L40 do Parque Industrial e Empresarial da Figueira da Foz
• Participação maioritária e consequente gestão das seguintes organizações e sociedades:
IEFF – Incubadora de Empresas da Figueira da Foz, Associação para o Desenvolvimento Empresarial.
Estruturas e Investimentos do Mondego, Agência de Desenvolvimento Regional, S.A
• Constituição da Sociedade Casa do Paço – Serviços de Apoio à Actividade Empresarial, Unipessoal, Lda
Actualmente o universo associativo da ACIFF traduz-se em cerca de 1100 associados, sendo o sector do comércio a actividade económica mais representativa, apesar de ser a indústria a que mais contribui para a criação de riqueza e postos de trabalho. De salientar a importância do sector do turismo, dada a forte vertente e tradição turística da Figueira da Foz. Apesar da maioria dos nossos associados serem micro e pequenas empresas, temos vindo a assistir a um aumento do número de associados com maior número de empregados.
Durante estes cento e setenta e cinco anos a actividade da ACIFF foi considerável, beneficiando não só o concelho como a região em que se insere.
Ao longo de toda a sua história a Associação tem tido um papel extremamente interventivo no desenvolvimento económico-social local e regional, tendo sempre como principio orientador a representação dos interesses dos seus associados quer pelo reforço da utilidade directa desta associação através do crescente conjunto de serviços prestados, visibilidade e capacidade de representação bem como, pela necessária contribuição para a localização e desenvolvimento empresarial e da actividade económica na sua área de intervenção e, em particular, no concelho da Figueira da Foz.